Soja com areia e fertilizante com calcário: grupo suspeito de adulterar cargas exportadas no Paraná é alvo de operação
28/05/2025
(Foto: Reprodução) Segundo as investigações, os crimes causavam prejuízos superiores a R$ 15 milhões e comprometiam a qualidade de produtos exportados. Soja com areia e fertilizante com calcário: grupo suspeito de adulterar cargas exportadas
A Polícia Civil (PC-PR) deflagrou, na manhã desta quarta-feira (28), uma operação que mira grupo suspeito de furtar, adulterar e revender ilegalmente cargas de soja e fertilizantes no Paraná.
Segundo as investigações, os criminosos misturavam areia à soja desviada, causando prejuízos superiores a R$ 15 milhões e comprometendo a qualidade de produtos exportados, colocando em risco a credibilidade do Brasil no mercado internacional. Fertilizantes também eram adulterados, com a adição de materiais como calcário e silicato.
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A PC cumpre 37 mandados de prisão preventiva, 41 de busca residencial, 17 buscas e apreensões de caminhões e carretas usados nos crimes, além de 40 ordens de sequestros de bens.
A ação ocorre em Curitiba, São José dos Pinhais, Fazenda Rio Grande, Paranaguá, Ponta Grossa, Laranjeiras do Sul, Congonhinhas, Nova Fátima e também em Goiânia (GO).
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) presta apoio à operação e participou ativamente da fase investigativa.
Investigações começaram em 2022
As investigações tiveram início em 2022, após o furto de uma carga de fertilizantes avaliada em R$ 95 mil, segundo a polícia.
A partir do caso, a polícia identificou mais de 100 cargas de soja e fertilizantes desviadas pelo grupo.
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'Modus operandi'
De acordo com a polícia, as cargas furtadas eram levadas a armazéns clandestinos, onde a soja era misturada com areia. Após a adulteração, os produtos eram reembalados para simular origem legítima. Os fertilizantes seguiam o mesmo processo.
Também de acordo com a investigação, após o desvio, eram adulterados com materiais como calcário e silicato, reembalados e revendidos ilegalmente. Essa prática gerava prejuízos diretos a produtores rurais e comprometia a produtividade das lavouras.
Soja com areia e fertilizante com calcário: grupo suspeito de adulterar cargas exportadas no Paraná é alvo de operação
PCPR
Motoristas também participavam do esquema
A investigação também revelou que o grupo contratava motoristas por meio de empresas fictícias, para realizar desvios regulares de cargas.
Outros motoristas eram aliciados para alterar rotas originais e entregar os produtos nos armazéns clandestinos.
Além disso, eram emitidas notas fiscais falsas por empresas fantasmas, muitas delas com registros encerrados ou atuando exclusivamente como "noteiras" — negócios criados apenas para simular transações comerciais e dar aparência de legalidade ao transporte e à revenda dos produtos adulterados
Entre os crimes atribuídos ao grupo estão furto qualificado, receptação qualificada, falsidade ideológica, adulteração de produtos agrícolas, indução de consumidor a erro, duplicata simulada, lavagem de capitais e organização criminosa.
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